Projeto de Farmácia: O que é importante e quais suas etapas

O mercado farmacêutico é bastante competitivo e lucrativo: em 2018, cresceu 11%, segundo a Interfarma, e apresenta tendência de maior crescimento com os anos. E segundo a Febrafar, há uma quantidade aproximada de 81,6 mil farmácias no Brasil.

Se você não estiver preparado para o mercado, facilmente é engolido por ele em poucos anos. Prosseguindo com a leitura, você vai entender mais sobre como montar um projeto de farmácia inteligente que faça o consumidor se sentir bem.

Como montar o projeto da farmácia em si?

Você deve pensar nos principais fatores de uma farmácia ou drogaria, como:

• Fluxo de compra: os móveis devem ser montados de forma que o cliente se interesse por outros produtos além dos que procurava. As gôndolas devem ser mais longas e as categorias de produtos precisam ser bem posicionadas;
• Gerenciamento por categoria: um projeto inteligente apresenta a organização de diversos produtos por apresentação e relação entre itens. Além de separar bem nas gôndolas, é necessário deixar próximos os produtos relacionados;
• Móveis modulares: a presença dos móveis modulares permite que altere a posição dos produtos conforme a quantidade de buscas pelos clientes. Prateleiras, gancheiras e gôndolas possibilitam esses ajustes que otimizam os lucros;
• Mobiliário: móveis de qualidade são essenciais, pois são mais duráveis e mais inteligentes, proporcionando resultados 30% maiores.

Entendido isso, podemos partir para a etapa operacional!

Projeto de farmácia: etapa operacional

O primeiro passo na etapa operacional é a elaboração do plano de negócios. Ele se trata de um documento que descreve o seu negócio, os objetivos e o caminho que será percorrido para alcançá-los. Dessa forma, traz uma visão mais ampla do estabelecimento.

Nele, são abordados os detalhes que sustentam a abertura da farmácia, como:

• Capital;
• Estrutura física (os setores de uma farmácia), com mobiliário e equipamentos;
• Público-alvo;
• Produtos e serviços;
• Local de funcionamento;
• Divulgação da empresa.

Através desses pontos, o empresário pode descobrir qual é a viabilidade da sua farmácia sobre diferentes pontos de vista: mercadológico, operacional, estratégico, financeiro, de divulgação, etc.

Por isso que o plano de negócios é considerado um guia, apontando para o empresário o que deve ser discutido e estabelecido. Vamos ver cada um desses pontos para entender como organizar uma farmácia!

1. Identificação do capital

Identifique qual é o capital disponível para a abertura da farmácia e para mantê-la funcionando nos primeiros meses. Relacione todas as despesas numa tabela, como imóvel, equipamentos, instalações, documentação, funcionários, produtos, etc.

Depois, separe uma parte do capital para imprevistos e também para o capital de giro a ser utilizado nos primeiros meses de operação.

2. Estrutura física da farmácia

A farmácia ou drogaria deve apresentar uma área mínima de 20 m² para a dispensação e de 3 m² para a realização de serviços, caso haja. Os principais setores de uma farmácia são:

• Área de atividades administrativas;
• Balcão de farmácia;
• Ambiente de armazenamento dos produtos;
• Área para a dispensação dos medicamentos;
• Etc.

Quanto à mobília e aos equipamentos, a escolha depende do modelo farmacêutico adotado para a sua loja. Dessa forma, você precisa ter um layout de farmácia pequena ou layout interno de drogarias para servir de referência.

3. Público-alvo

O seu público-alvo deve ser estabelecido, de forma a montar o mix de produtos e serviços ideal na sua loja. Além disso, esse conhecimento permite a elaboração de estratégias de venda mais eficientes.

4. Produtos e serviços

Para definir o seu mix de produtos, é importante saber quais são as necessidades e desejos dos consumidores e também atender à legislação. Segundo a Lei Estadual 12.623/2007 e IN 9/2009, é permitida a comercialização de:

• Medicamentos;
• Plantas medicinais;
• Drogas vegetais;
• Cosméticos;
• Perfumes;
• Produtos de higiene pessoal;
• Produtos médicos;
• Produtos para diagnóstico in vitro;
• Alimentos especiais.

Quanto aos serviços, segundo a RDC 44/2009, é permitido para as farmácias e drogarias licenciadas pela Vigilância Sanitária a prestação de serviços farmacêuticos.

5. Local de funcionamento

Antes de definir o local de funcionamento, você deve:

• Se certificar de que ele atende às necessidades operacionais;
• Ver se está em zona de risco;
• Saber se está legalizado e regularizado nos órgãos públicos municipais;
• Saber se os pagamentos do IPTU estão em dia.

6. Divulgação da farmácia

Por fim, separe o orçamento para a divulgação da farmácia em diferentes canais físicos e online. A divulgação transmite a sua primeira imagem para o cliente, indo da vitrine da farmácia até o site online e as redes sociais.

Projeto de farmácia: etapa legal

Na etapa legal do projeto, são apresentados os passos para a constituição legal da empresa. Nela, é abordada a legislação para a abertura da farmácia, as regras e também os documentos para abrir uma farmácia.

É importante se atentar a esses passos, de forma que não gere nenhum problema jurídico no início do projeto ou no futuro. Em muitos casos, é indicada a presença de um contador especializado no mercado farmacêutico para uma abertura segura e sem problemas.

Os passos são:

1. Identificação do tipo de atividade
2. Escolha da natureza jurídica
3. Definição do porte da empresa
4. Escolha do nome da empresa
5. Criação do CNPJ
6. Elaboração do Contrato Social
7. Reunião dos documentos para abrir uma farmácia
8. Registro nos órgãos competentes

Agora que sabe o passo a passo, é momento de nos aprofundarmos em como eles ocorrem!

1. Identificação do tipo de atividade

O primeiro passo é a identificação do tipo de atividade prestada pelo estabelecimento. Há três possíveis, que são indústria, comércio e serviços – a farmácia ou drogaria se encaixa no segundo tipo.

2. Escolha da natureza jurídica

A escolha do enquadramento jurídico da sua farmácia define a natureza jurídica dos seus serviços. Cada tipo apresenta diferentes formas de aplicação das normas e de tributos cobrados. Alguns deles são:

• Empresário Individual (EI);
• Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI);
• Sociedade Limitada (LTDA);
• Sociedade Anônima (SA).

3. Definição do porte da empresa

Após se enquadrar numa categoria jurídica, é importante definir o porte da empresa, ou seja, o seu faturamento bruto:

• Como Microempreendedor Individual (MEI), o faturamento máximo deve ser de R$ 81 mil por ano;
• Como Microempresa (ME), o faturamento máximo ao ano é de R$ 360 mil;
• Como Empresa de Pequeno Porte (EPP), o faturamento anual mínimo e máximo é de R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, respectivamente.
• Como Média e Grande Porte, o faturamento anual pode ser acima de R$ 4,8 milhões.

4. Escolha do nome da empresa

Depois, é necessário definir o nome da empresa, que vai ajudar a estabelecer a Razão Social e o Nome Fantasia. A Razão Social é o nome de registro da empresa perante a legislação para a abertura de farmácia. Ela é obrigatória para notas fiscais, documentos legais, contratos, etc, e é registrada na Junta Comercial mediante o pagamento de uma taxa.

Já o Nome Fantasia é opcional, sendo o nome comercial que aparece para o público na fachada da farmácia, por exemplo. Para registrá-lo, você deve se dirigir ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

5. Criação do CNPJ

Após a definição do nome, você deve realizar o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) na Receita Federal. Junto disso, precisa escolher um regime de tributação, que é o sistema de cobrança de impostos para o CNPJ.

6. Elaboração do Contrato Social

Para registrar a sociedade da farmácia, é necessário apresentar um Contrato Social na Junta Comercial, que se trata da “certidão de nascimento” da empresa. Caso queira obter a personalidade jurídica como empresário, é necessário apresentar declaração própria.

7. Reunião dos documentos para abrir uma farmácia

Os principais documentos que precisa reunir para abrir uma farmácia são:

• Fotocópia autenticada de RG e CPF (de todos os sócios)
• Fotocópia do IPTU do imóvel onde será o estabelecimento;
• Fotocópia do contrato de compra e venda, de locação ou declaração do proprietário;
• Folha espelho do IRPF (Imposto sobre a Renda da Pessoa Física);
• CNPJ;
• Fotocópia simples do comprovante de residência;
• Alvará de funcionamento.

8. Registro nos órgãos competentes

O último passo na legislação para a abertura da farmácia é a obtenção dos registros nos órgãos competentes:

• O registro da sociedade empresária na Junta Comercial;
• O registro na Vigilância Sanitária para obter a Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE Anvisa). Também lá é obtida a Autorização Especial de Funcionamento (AE Anvisa);
• A inscrição na prefeitura para o cadastro de contribuintes;
• O registro no Conselho Regional de Farmácia para obter a Certidão de Regularidade Técnica;
• O alvará de funcionamento na Prefeitura Municipal ou outro órgão governamental municipal.

Consulte em cada órgão quais são os documentos necessários para os registros!

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