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Indústria farmacêutica: saiba tudo sobre esse segmento multibilionário

Nascida da necessidade de se lutar contra infecções e mortes causadas por doenças desconhecidas, a indústria farmacêutica só cresceu e hoje é um verdadeiro colosso. Entenda tudo sobre ela!

19 nov 2021

Tempo de Leitura: 10 min.
industria farmaceutica

Estima-se que a indústria farmacêutica seja o segundo melhor segmento industrial para se conseguir um emprego.

A famosa indústria farmacêutica, que está tendo muito destaque nos últimos tempos, é um dos segmentos industriais de maior importância, sendo responsável pela produção de medicamentos e seus princípios ativos.

O emaranhado de setores que compõem essa indústria, criam uma organização colossal que fatura bilhões de dólares e está presente em todo o planeta, tornando-se um “império” com vários comandantes, na forma de empresas muito poderosas.

Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), apontam que a média de faturamento da indústria farmacêutica brasileira nos últimos anos é de mais de 70 bilhões de reais anualmente.

Você já ouviu falar mais detalhadamente da indústria farmacêutica?

Nesse artigo aprofundaremos a discussão acerca dessa verdadeira entidade de presença essencial na sociedade humana e apontar todos os seus detalhes, desde as suas características mais basilares até os mais impressionantes dados sobre esse setor da indústria.

Acompanhe!

O que é a indústria farmacêutica?

A indústria farmacêutica é, em linhas gerais, o ramo da indústria que cuida da produção, distribuição e comercialização de remédios, insumos e suprimentos voltados ao tratamento de doenças.

Além disso, é importante frisar que os produtos criados e comercializados na indústria farmacêutica incluem substâncias para tratamento de humanos e animais.

Segundo alguns órgãos ligados ao segmento, como a FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), essas são as atividades que podem ser relacionadas com a indústria farmacêutica:

  • Fabricação de substâncias alopáticas e homeopáticas;
  • Produção de vacinas, soros e medicamentos contraceptivos;
  • Desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos;
  • Transformação do sangue e fabricação de seus derivados;
  • Produção de açúcares quimicamente puros (que não têm ligação com os que são comercializados normalmente);
  • Preparação de insumos farmacêuticos e intermediários para a produção de farmoquímicos;
  • Processamento de glândulas e fabricação de seus extratos;
  • Fabricação de kits e preparações para diagnósticos médicos;
  • Produção de insumos usados em curativos como gazes, bandagens, curativos impregnados com alguma substância e outros;
  • Fabricação de medicamentos que não têm ligação com nenhuma especialidade, como água oxigenada e tintura de iodo, por exemplo;
  • Fabricação de vacinas veterinárias.

Características da indústria farmacêutica

Uma das principais características desse setor industrial é a necessidade de especialização. O profissional que venha a trabalhar na área precisa ter conhecimento sobre matérias-primas, processos e outros pormenores, independente do local da cadeia produtiva onde esteja atuando.

A fabricação de medicamentos, por exemplo, depende da lisura na produção dos fármacos, que são uma espécie de “pré remédio”.

O processo de criação de um fármaco, por sua vez, exige rigor em toda a etapa de produção. Afinal, os princípios ativos que compõem essas substâncias são o fator primordial para o sucesso, ou não, das terapias em que os remédios serão usados no futuro.

Contudo, no caso da indústria farmacêutica brasileira, os fármacos são importados de outros países como China e Estados Unidos.

Por um lado, esse processo agiliza a produção de medicamentos, uma vez que, para a indústria farmacêutica do Brasil, restará apenas a “montagem” do medicamento.

Por outro lado, isso torna esse setor da indústria brasileira muito dependente de interesses internacionais. Isso porque as gigantes do setor farmacêutico, que têm sedes principalmente nos países fornecedores citados, controlam todo o processo.

Nessa área, o sistema usual de patentes não funciona. Quando um medicamento é lançado por uma farmacêutica, ele permanece sob a patente dessa empresa por apenas 20 anos.

Depois desse período, qualquer outra empresa pode produzir e/ou comercializar a substância sem ter que pagar nenhum royaltie à empresa original.

Inclusive, é justamente nesse escopo que surgem os chamados medicamentos genéricos, que levam apenas o nome do princípio ativo usado e, por isso, custam bem menos que remédios com “marca”.

Uma última e importante característica da indústria farmacêutica é o mercado extremamente competitivo que é criado a partir dela.

Contudo, apenas alguns poucos grupos dominam o setor, criando um oligopólio presente em diversos países.

Como a indústria farmacêutica se desenvolveu no Brasil e quais setores abrange

No início do século XX, impulsionada pela necessidade de combate a doenças infecciosas, a indústria farmacêutica do Brasil finalmente floresceu.

O crescimento de casos de doenças tropicais, como alguns derivados de gripe, foi ocasionado pelas más condições de transporte e moradia de imigrantes que vinham para o Brasil em busca de uma vida melhor.

O setor de epidemiologia brasileiro foi o precursor desses avanços. Nesse sentido, foram fundados ainda na década de 1920 as duas primeiras instituições do ramo, o Instituto Vacinogênico e o Instituto Butantan.

Para demonstrar a importância dessas duas entidades, vale a pena destacar que o Instituto Vacinogênico foi o local de onde saíram as principais respostas contra a varíola no Brasil.

O Instituto Butantan, por sua vez, deu luz a vacinas importantes, como a que combateu a peste. Por outro lado, tornou-se referência na produção de soros antiofídicos e outras substâncias que combatem picadas de animais peçonhentos, como escorpiões, por exemplo.

A partir da década de 1950, no governo de Juscelino Kubitschek, a indústria farmacêutica do Brasil experimentou maior crescimento, com a chegada de grandes empresas internacionais.

Com isso, algumas pequenas empresas nacionais que atuavam no setor perderam força e acabaram sendo vendidas para as corporações estrangeiras.

Especialistas apontam que a partir desse movimento surgiu a atual dependência que a cadeia produtiva nacional desenvolveu de grandes empresas farmacêuticas Chinesas e Estadunidenses, principalmente.

Mas o lado bom de toda essa história é que apesar de dependente, a indústria farmacêutica brasileira encontra-se bem equipada, dispondo de medicamentos modernos que atuam no combate de cada vez mais doenças.

Depois de décadas de idas e vindas, a indústria farmacêutica do Brasil alcançou proeminência em 1999, com a fundação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e a criação dos medicamentos genéricos.

Como funciona a indústria farmacêutica?

A cadeia produtiva da indústria farmacêutica possui quatro pilares básicos: importação, fabricação, distribuição e comercialização.

Cada uma dessas etapas possui importância ímpar e precisa ser executada com exatidão para que, na ponta da linha, o paciente receba o remédio de que precisa.

Na fase inicial de fabricação, os insumos farmacêuticos, como os fármacos, são produzidos pelas grandes empresas químicas e fitoquímicas que então são importados até o Brasil, na maioria das vezes.

A partir daí, laboratórios e institutos brasileiros começam o desenvolvimento dos novos medicamentos, ao passo que indústrias gráficas começam a confecção de embalagens especiais para acondicionar corretamente os remédios.

O processo de fabricação entra na sua reta final depois da aprovação da substância pela ANVISA. Depois dessa etapa, a fabricação industrial começa.

Em seguida, os chamados fornecedores entram em cena, pois diretamente da indústria os medicamentos partem para a distribuição, que é feita por entidades públicas e privadas.

Da mão dos fornecedores, os medicamentos chegam ao consumidor final através dos seguintes estabelecimentos:

  • Drogarias (farmácias);
  • Clínicas;
  • Hospitais;
  • Farmácias de manipulação;
  • Unidades Básicas de Saúde (UBS ou “postinho”);
  • Unidades de Pronto Atendimento (UPA);
  • Dentre outros locais.

Quais são os profissionais envolvidos e como é o mercado de trabalho?

O longo processo que precisa ser percorrido para que o necessário remédio seja administrado ao paciente corretamente exige a atuação de vários profissionais.

Conheça os principais atores da indústria farmacêutica e quais são suas funções dentro do setor:

  • Farmacêutico: o profissional graduado em Farmácia é o responsável direto pela fiscalização do processo de confecção de medicamentos. O farmacêutico precisa observar fatores como a dosagem de cada substância, a fim de aferir se aquele medicamento em questão é realmente seguro, dentre outras funções;
  • Biólogo: o biólogo atua na etapa de testes de medicamentos, onde vai examinar os efeitos que determinada substância provoca no organismo humano;
  • Biomédico: enquanto o farmacêutico observa os pormenores de quantidades e efeitos químicos de cada composto de um medicamento, o biomédico vai atuar no processo de fabricação de remédios na observação das reações metabólicas e imunológicas que determinada substância irá provocar;
  • Médico: atua como consultor para demais profissionais envolvidos no processo;
  • Engenheiro químico: o profissional formado em Engenharia Química atua na etapa inicial do processo de fabricação de medicamentos. O engenheiro químico fica responsável pela seleção e testes de determinadas substâncias, para assim descobrir princípios-ativos ideais para combate a doenças e, por fim, fornecendo as fórmulas para fármacos, por exemplo;
  • Biotecnólogo: sobre os ombros do biotecnólogo repousa a responsabilidade de implementar tecnologias que venham a aprimorar processos na fabricação de medicamentos e na indústria farmacêutica de forma geral.

No que diz respeito ao mercado de trabalho, temos na indústria farmacêutica um setor que produz muitos empregos.

As oportunidades no setor tendem a crescer muito nos últimos anos, devido à crescente demanda por medicamentos e vacinas, por exemplo.

Além disso, o Brasil possui o sexto maior mercado farmacêutico do mundo, onde profissionais da área estão sempre entre os primeiros em rankings que aferem a necessidade de mão de obra.

Seus efeitos na economia

O setor farmacêutico é visto como um dos mais lucrativos, suscitando muito interesse de empreendedores em todo o Brasil.

Muito por esse motivo, perguntas como: “como abrir uma farmácia”, “diferença entre farmácia e drogaria”, “quanto fatura uma farmácia de pequeno porte” e expressões como “lista de medicamentos para abrir uma farmácia” permeiam a lista de frases mais pesquisadas em motores de busca na internet.

Além disso, postagens relatando inauguração de farmácias ganham muitos likes e compartilhamentos nas redes sociais.

Veja abaixo alguns números importantes sobre esse mercado.

Maiores farmacêuticas do Brasil e do mundo

No ano de 2015, a revista Forbes colocou a empresa americana Johnson & Johnson no topo da lista das maiores farmacêuticas do mundo. A empresa é seguida pelas também colossais Pfizer, Novartis e Merck.

No que diz respeito às maiores indústrias farmacêuticas atuando no Brasil, este é o top 10:

  • Grupo Sanofi/Medley/Genzyme;
  • Grupo E.M.S.;
  • Grupo Sandoz/Novartis/Alcon;
  • Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos;
  • Grupo Aché/Biosintética;
  • Grupo Hypermarcas;
  • Grupo Eurofarma/Momenta;
  • Fundação Oswaldo Cruz;
  • Grupos Pfizer;
  • Grupo Johnson & Johnson;

Projeções da indústria farmacêutica

Instituições da área afirmam que a indústria farmacêutica do Brasil irá atingir a quinta posição em importância no mundo ainda em 2022. Com isso, é estimado que cada brasileiro gaste, em média, US$ 200,00 (duzentos dólares) com medicamentos naquele ano.

Tudo isso demonstra o poder de geração de riquezas e de circulação de capital que esse setor industrial possui.

Indústria farmacêutica: crescimento sem limites

Neste artigo você conheceu um breve resumo da história, importância e ligações da indústria farmacêutica, um dos mais importantes segmentos industriais da humanidade.

Além da sua significância ímpar para o funcionamento das atividades da saúde pública e privada, por exemplo, o setor mostrou-se um grande gerador de empregos e oportunidades para jovens que vislumbram iniciar uma carreira.

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Sobre o autor:

Wendel Oliveira – Diretor Comercial da i3W Farma
Cursou MBA em Finanças pela Ibmec e Gestão Contemporânea pela Nortus. Trabalha no ramo farmacêutico a mais de 25 anos, tem no empreendedorismo sua paixão e busca a inovação para seus parceiros a todo instante.

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