fbpx

Receita azul: entenda melhor esse instrumento de prescrição médica

A receita azul é um instrumento de prescrição médica muito importante, sendo indispensável em alguns casos. Por isso, quem já trabalha ou deseja trabalhar com esse tipo de receita precisa entender de forma clara o seu funcionamento. Falaremos disso nesse artigo!

1 set 2022

Tempo de Leitura: 8 min.
receita azul

Esse material tem como objetivo ser um suporte para profissionais de farmácia no correto entendimento da receita azul.

Quem quer saber como administrar uma farmácia precisa antes conhecer o que é e como é usada a chamada receita azul, um dos tipos de receita prescritos pelos médicos. Na verdade, o papel do farmacêutico e dos seus auxiliares é apenas dispensar a mercadoria, conferindo as informações da receita.

Mas, apesar de ser uma peça conhecida por profissionais da área, a receita azul precisa ser tratada com máxima atenção por causa dos tipos de medicamentos a que é destinada.

A diferenciação na cor das receitas médicas é uma medida da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para encaminhar corretamente a venda e distribuição de medicamentos nas farmácias espalhadas pelo Brasil, conforme dispõe a legislação específica.

O que é a receita azul?

A chamada receita azul é o tipo de receita utilizado para a prescrição de medicamentos psicotrópicos e psicotrópicos anorexígenos. A validade máxima desse tipo de receita é de apenas 30 dias a partir da data da prescrição, no máximo.

O curto prazo de validade desse tipo de receita, em especial, se dá por causa dos tipos de medicamentos que são prescritos nele. Além disso, apenas um tipo de medicamento pode ser prescrito em cada receita.

Os tipos de medicamentos prescritos no receituário médico azul estão entre os de uso controlado, que são encontrados no SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados).

Atualmente, existem dois tipos de receita azul. Saiba mais no próximo tópico!

Os tipos de receita azul

Para guiar o farmacêutico ou o atendente de farmácia de forma ainda mais assertiva, as autoridades em saúde dividiram o receituário em dois tipos específicos. Entenda melhor cada um deles a seguir.

Receita B1:

O tipo B1 da receita azul é destinado à prescrição de psicotrópicos comuns, que são os mais “pesados” dos dois tipos de medicamentos possíveis.

Esses fármacos atuam diretamente no sistema nervoso central, ou seja, no cérebro. Eles promovem a alteração de comportamentos, emoções, percepções e outros fatos relacionados aos impulsos nervosos.

Para exemplificar melhor, trouxemos uma lista com alguns tipos de psicotrópicos e as suas finalidades. Confira:

  • Fluoxetina (utilizado no tratamento de depressão, ansiedade, síndrome do pânico e outros distúrbios mentais);
  • Escitalopram (usado no tratamento de diversos distúrbios mentais, em especial a ansiedade social);
  • Mirtazapina (estimulante de serotonina e noradrenalina, para combater a depressão)
  • Diazepam (para o tratamento dos sintomas de ansiedade, como taquicardia e insônia);
  • Bromazepam (usado no tratamento de tensão excessiva, transtornos de humor e esquizofrenia);
  • Clozapina (usado para tratar esquizofrenia e inibir o comportamento suicida).

Além destes, podem ser receitados alguns outros medicamentos como citalopram, alprazolam, lorazepam, amissulprida, quetiapina e risperidona.

Receita B2:

A receita azul B2 é destinada à prescrição dos chamados psicotrópicos anorexígenos, que são relativamente mais brandos que os psicotrópicos comuns.

Essas drogas são usadas para estimular a anorexia, inibindo assim o apetite das pessoas que as ingerem. Elas são usadas principalmente no tratamento da obesidade e de doenças correlatas.

Os principais tipos de psicotrópicos anorexígenos receitados no Brasil são os seguintes:

  • Anfepramona;
  • Femproporex;
  • Mazindol;
  • Sibutramina;
  • Orlistate;
  • Fenfluramina.

A depender do tratamento e do médico responsável pela prescrição, outras substâncias podem ser incluídas na receita.

    Porque o controle sobre a distribuição de medicamentos psicotrópicos é tão importante?

    Quem deseja saber como abrir uma farmácia e/ou como organizar uma farmácia, precisa entender a importância do correto da distribuição dos psicotrópicos.

    Como explicamos nos tópicos anteriores, os tipos B1 e B2 da receita azul servem para discriminar ainda mais detalhadamente os psicotrópicos comuns e os anorexígenos.

    Porém, a questão central sobre esses tipos de fármacos é a sua ação direta sobre o sistema nervoso. No caso dos psicotrópicos, estimula a produção de hormônios que combatem distúrbios psíquicos, no caso dos anorexígenos, inibindo o apetite para diminuir a necessidade de comer que algumas pessoas sentem.

    Em suma, a ação desses remédios podem provocar dependência e trazer muitos efeitos colaterais, como sonolência e confusão mental, durante o tratamento.

    Para exemplificar ainda melhor, vale destacar que os princípios ativos dos psicotrópicos anorexígenos são, em sua maioria, anfetaminas e metanfetaminas, drogas com efeito semelhante ao de drogas como a cocaína, o LSD e o crack.

    Dessa forma, vale ressaltar a importância da receita azul e a ilegalidade da automedicação. Inclusive, a legislação prevê punições para médicos que prescreveram psicotrópicos de forma errada e para farmacêuticos negligentes.

    Para evitar esses problemas, uma das principais armas é saber preencher corretamente a receita azul.

    Como preencher uma receita azul corretamente?

    Normalmente a receita azul já chega à farmácia quase totalmente preenchida pelo médico que fez a prescrição do medicamento. Por outro lado, existem alguns pontos que só podem ser preenchidos por um farmacêutico.

    De toda forma, antes de liberar a medicação, o responsável pela farmácia precisa verificar se o preenchimento do receituário está como mandam as disposições legais que regulamentam a receita azul.

    Para ilustrar melhor o que deve ser observado no preenchimento da receita azul, criamos os tópicos abaixo, que descrevem cada seção do documento. Veja!

    1. UF e Numeração

    A primeira seção da receita azul que deve estar preenchida corretamente é a seção UF (Estado) e a numeração fornecida pela autoridade sanitária competente, no caso a Secretaria de Saúde do estado e/ou do Município em questão.

    2. Data da emissão

    A data de emissão da receita deve estar escrita de forma clara e visível, por se tratar de um dado de suma importância.

    Afinal, como citamos ao longo do artigo, a receita azul só tem 30 dias de validade. Ou seja, é necessário saber quando a prescrição foi feita para deduzir quando ela perderá o seu efeito.

    3. Identificação do paciente

    Aqui deve estar o nome completo do paciente, e, em alguns casos o sexo e a data de nascimento também.

    4. Identificação do emitente

    A receita azul que chega à farmácia deve conter a identificação do médico que fez a prescrição na unidade de atendimento onde o paciente em questão foi atendido.

    O ideal é procurar o máximo de informações, como o nome do médico, número de registro do CRM (Conselho Regional de Medicina), assinatura do profissional, etc.

    5. Endereço

    No campo endereço devem estar os dados de endereço do paciente. É desejável que tenha o endereço completo da pessoa, com cidade, bairro e logradouro.

    6. Especialidade farmacêutica

    Esse campo é o maior e um dos mais importantes de toda a receita azul. Isso porque é na área de especialidade farmacêutica que estão discriminadas as informações sobre a medicação receitada. Veja o que tem que estar escrito:

    • Nome do fármaco prescrito;
    • Quantidade;
    • Forma farmacêutica (comprimido, cápsula, gotas, etc);
    • Dose por unidade;
    • Posologia.

    Nesse momento é importante que o farmacêutico observe as regras de distribuição dos psicotrópicos. Afinal, existem normas bem específicas quanto ao consumo desse tipo de medicamento.

    7. Identificação do comprador

    Essa área deve ser preenchida pelo farmacêutico, e, por isso, é deixada em branco pelo médico. As informações que devem constar são essas:

    • Nome;
    • Endereço completo;
    • RG e órgão emissor;
    • Telefone.

    Lembrando que os dados listados acima são do comprador, ou seja, da pessoa que foi até a farmácia com a receita em mãos.

    8. Identificação do fornecedor

    O farmacêutico responsável deve incluir na receita azul informações sobre o fornecedor dos medicamentos. Devem constar:

    • Carimbo com nome, endereço completo e CNPJ da empresa;
    • Nome do responsável pela dispensação;
    • Data do atendimento (dia em que a farmácia comprou os psicotrópicos do fornecedor).

    Na parte de trás da receita, algum dos funcionários da farmácia deve anotar a quantidade de caixas, nome e lote do medicamento dispensado ao cliente.

    9. Identificação dos dados da gráfica e a numeração do talão

    Por fim, mas não menos importante, devem constar na receita azul os dados da gráfica que imprimiu a receita. Os dados necessários são os seguintes:

    • Nome da empresa;
    • Endereço;
    • CNPJ.

    Geralmente esses dados ficam impressos no rodapé de cada folha do talonário.

    É preciso analisar ainda se constam as numerações inicial e final concedidas ao profissional ou instituição, e o número da autorização para confecção de talonários, que geralmente é emitido pela Vigilância Sanitária do estado ou município.

    As outras cores de receitas

    Se você chegou a esse texto desejando saber como agregar vendas em farmácia através do entendimento do que é a receita azul, possivelmente já conhece tudo sobre esse importante instrumento de prescrição médica.

    Todavia, como dissemos anteriormente, existem outros tipos de receitas além do receituário médico azul. Conheça-os abaixo de forma resumida:

    • Receita branca simples: para medicamentos comuns, receitados em consultas de rotina.
    • Receita branca especial: para medicamentos de uso controlado, como antibióticos, antirretrovirais, anabolizantes e alguns imunossupressores, por exemplo.
    • Receita amarela: para medicamentos ainda mais controlados do que os receitados na folha azul. Trata-se de entorpecentes e psicotrópicos ainda mais pesados.

    É preciso reforçar a necessidade de um tratamento totalmente profissional tanto dos médicos quanto dos farmacêuticos no que diz respeito às receitas de diferentes cores.

    Os objetivos são inibir a automedicação e as fraudes na circulação de medicamentos que podem fazer mal à saúde. Se você deseja ter uma farmácia de sucesso, deve observar essas regras e instruir a sua equipe a fazer o mesmo.

    Outras boas medidas para impulsionar o crescimento do seu negócio é aderir ao Farmácia Popular cadastro e promover o contato da sua equipe com o portal do PBM, que são ferramentas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde na intenção de oferecer medicamentos mais baratos aos consumidores.

    Assim, ao comercializar remédios com descontos ou até gratuitamente, você pode atrair muito mais clientes ao seu estabelecimento. Da mesma forma, vender medicamentos controlados é um sinônimo de credibilidade.

    O que você achou desse conteúdo?

    Esperamos seu feedback nos comentários e que você volte sempre para conferir mais informações para crescer sua farmácia.
    Sobre o autor: Wendel Oliveira – Diretor Comercial da i3W Farma Cursou MBA em Finanças pela Ibmec e Gestão Contemporânea pela Nortus. Trabalha no ramo farmacêutico a mais de 25 anos, tem no empreendedorismo sua paixão e busca a inovação para seus parceiros a todo instante.

    0 comentários

    Enviar um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *